Desprezado por todos e tratado sempre de forma humilhante, o “último” é sempre o pior e o mais detestado dos resultados em qualquer tipo de competição. Ninguém quer conversa com ele e todos o tratam com desdém.
Se por acaso algum atleta adquirir o título de “último”, procura sempre negar, escondendo de todos, arrumando uma desculpa para o feito. Não quer que ninguém o considere assim e acha isso uma ofensa muito grande.
Isso é a mais pura verdade. Senão vejamos: Vocês já viram alguém tirar uma foto de “último” colocado que não seja por chacota? Já viram algum repórter importante entrevistar o “último”? Já viu um “último” ser premiado? Algum “último” já subiu pódio?
Imagine se na sua família tem um “último” colocado. Você vai apresentar a seus amigos assim: “Este é meu irmão e ele é sempre ÚLTIMO colocado na natação (coitadinho)”.
Acontece que toda esta ultimofobia deve ser combatida e pode até dar cadeia. Lembrem-se do ditado: “Os últimos serão os primeiros”. No filme “O último dos moicanos”, este último era o grande artista.
Uma competição estará incompleta sem a presença do “último”. É ele que abrilhanta as demais colocações. Todos dependem dele e se ele não existir a vítima passa a ser você. Imagine uma prova em que ninguém aceite ser o último. No final você primeiro colocado, vai ser considerado - “o último”.
Acredito que todos saibam aquela velha piada do corpo humano e a eleição do principal órgão. Pois bem é assim que devemos pensar sobre o “último”. Ele é pequenininho, sem importância, mas se ele não existir, nada funciona direito.
Defendo aqui o reconhecimento de todos os direitos que um último possa ter. Premiação, direito a pódio, aplausos e entrevistas. E podem ter certeza estou altamente cotado para ser ele na minha próxima prova.
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