Durante a semana combinei com meu filho em participar do treino de 80Km em bicicleta Speed que ele teria que fazer para a sua preparação de Triatlo. Lógico que eu iria participar como apoio porque pedalando só iria atrapalhar o treino dele.
Segundo o planejamento, o treino seria na BR 232 já que ele queria treinar escaladas e a serra da Russa teria o cenário ideal para isso. Para ficar compatível com a planilha de treino ele teria que seguir direto os 80Km e não poderia voltar pedalando. O Google Heart ajudou nesta hora.
Eu entraria na história, guiando o carro, dando segurança, transporte de volta, fotografias, filmagens, e atividades de apoio que descrevo logo a seguir.
No sábado 18/06/2001, a data do treino, o dia amanheceu um pouco nublado e com a temperatura mais fria do que o habitual aqui no Recife. Estava um clima gostoso e ideal.
Às cinco horas da matina seguimos para o destino inicial: O primeiro posto Dislub logo após a entrada da rodoviária no Curado. Este posto é o ponto base de quem pedala na 232.
Ao chegar observamos mais uma vez o clima, o tempo e o vento. Fazia uma leve garoa. Algumas nuvens ameaçavam cair. O vento não era tão forte. Fizemos uns cálculos loucos e presumimos que a natureza iria ajudar mais que atrapalhar.
O triatleta começa a me passar as instruções de troca de caraminhola. Afinal seria mais de duas horas pedalando sem se alimentar. Na caraminhola continha líquidos, isotônicos e componentes protéicos passados pela nutricionista esportiva que o acompanha. Fizemos algumas simulações, segura assim, eu passo assado, tudo para que ele não precisasse carregar as duas caraminholas e nem parar para fazer a troca. Seria um pitstop sem parada. Mais avançado do que o da fórmula um.
Pronto. Todo equipado, pneu calibrado, instruções repassadas, o treino começa. O ciclista segue pra fazer o seu pedal. Eu me organizo no carro. Máquina de fotografia bem à mão. Tudo certo, faço a volta no carro e sigo atrás do ciclista.
O tempo perdido na organização foi suficiente pra ele abrir uma longa distância. Acelero e faço a primeira curva. Lá está ele. É hora de preparar a primeira foto. Fico em dúvida: "Foto ou Filme"? Decido por filme. Ultrapasso, procuro um acostamento mais amplo, deixando espaço pra ele passar, ligo o alerta, desço do carro, me posiciono e faço a primeira gravação. Ele passa tão rápido que nem deu pra filmar direito.
Tento fazer as filmagens de diversas formas, inclusive dirigindo e filmando ao lado dele mas reflito: "Eu sou péssimo na direção e pior na filmagem", é melhor eu me concentar em dirigir pra não acontecer algo pior. Descarto o lance de fotografar e filmar.
Depois de muito acompanhar o ciclista, paro no posto pra fazer meu primeiro xixi. Tento fazer rapidinho mas nesta etapa do treino ele está em carga total e abre uma distância considerável. Corro bastante e nada dele aparecer. Após uma nova curva vejo o miserável virado !
Quando ele percebe minha presença assinala para a troca da caraminhola. Estava na hora de colocar em prática o pit porque não teria o stop. Ultrapasso-o, coloco o carro no acostamento, ligo o alerta, pego a caraminhola e me posiciono para a troca. Fico segurando a garrafa com uma mão e a outra sinalizando aonde ela estava. Segundo ele, uma cena ridícula. Parecia um doido. Os carros que passavam, prestavam atenção e não entendiam nada.
Ai ele chega a toda a velocidade, estende a mão e eu também. Resultado: a força do movimento dele com a minha foi tão grande que ele quase não segura. Ele se esforça, tenta colocar embaixo do braço e mais um erro de cálculo meu. Eu não coloquei o carro bem encostado e o pouco espaço fez com que ele voltasse para pista. O desnível era grande e ele preferiu soltar a garrafa do que cair.
Resultado, a garrafa se espatifou no chão, caiu numa poça de agua e contaminou tudo. Ele parou (fez o stop) se lamentou e como bom atleta que é, gritou: " Deixa que eu vou fazer o treino todo sem água". É isso ai o bom atleta tem que ter uma cabeça assim. Não pode ficar se maldizendo e sim mirar o alvo. Ele está se tornando especialista em vencer adversidades.
Ele segue virado, debaixo da chuva fina conforme agente tinha presumido. Na altura dos 60Km ele me dá um toque pra eu comprar água mineral e tentarmos o tão sonhado pit sem stop. Eu compro rapidinho, me posiciono e desta vez coloco o carro bem encostado e não mais mexo o meu braço. Ele passa em velocidade, estende os braços e pega a água. Finalmente conseguimos. Nossa equipe agora está ficando afinada, um show.
O Passeio foi muito legal. Passamos pela serra da Russa. Uma subida incrível e uma paisagem das mais belas do nosso estado. Logo em seguida passamos pelo túnel. Posicionei atrás dele e fiquei iluminando. Foi lindo. Após o túnel a paisagem é mais incrível ainda.
Finalmente chegou ao final do percurso. Estávamos no município de Bezerros. Na volta paramos numa lanchonete e durante toda a viagem de volta o assunto era o resultado do treino que estava todo gravado no monitor Garmin que ele usa. Agora é se preparar para o próximo.
Estou providenciando os filmes que gravei nesta viagem. Fico devendo esta.
Porra....ta legal pra caralho os textos.
ResponderExcluirParabens tio....vou seguir sim seu blog...
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Abração.